Eu Já Fui um Passarinho,
Eu Já Fui Um Tal Tião!
Eu Quis Ser o Tal Gatinho,
que Roubou o Seu Coração!
Eu Já Fui Uma Cotovia,
Passarinho que de Dia,
Roda Mais do que Pião,
Mas que Triste Tão Sozinho,
Ficou Só Tão Pobrezinho,
Remoeu Sem Compaixão!
Eu Já Fui Um Tal Café,
O Café que Não Tem Mais!
Eu Quis Muito O Que Se Quer,
Daquilo que Se Quer Mais,
O Café de Uma Mulher,
Que Não Foi nem Foi Capaz,
De Manter a Sua Fé,
Daquilo que Um Dia Quis,
Desistiu de Ser Feliz,
E Que Jamais Voltou Atrás!
Hoje Eu Sou o Que Sobrou,
Do Restinho que Restou,
De Um Poema de Amor!
Eu Não Sou Mais o Pintor,
Que Pintou com as Suas Dores,
As Mais Lindas Tristes Cores,
Da Aquarela de um Andor!
Eu Sou Só o Passarinho,
Que Guardou o Seu Carinho,
E Só Quer Viver em Paz!
Nunca Fui o Tal Gatinho,
Que Não Sendo Guardadinho,
Não Viveu nem Tanto Faz!
São Palavras que Não Lias,
São Antigas Profecias,
De Destinos que Podias,
Mas Não Foram Nesses Dias,
Os Destinos que Querias!
São Palavras que Tu Lias.
São Destinos que Não Ias,
São Meus Dias, São Dias,
Foram Dias, Longos Dias,
Hoje, Sempre e Nunca Mais,
Com Certeza Não Há Mais,
Duas Lindas Cotovias!
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