O FRIO DE UMA ALMA

Hoje, Esfriou o Tempo! Preparo para as Chuvas e Friagens do Insterstício Junino! Hoje que o Termomêtro Externo "Descatalisou" as Minhas Reações Químicas, Eu Pude Parar 30 Minutos Depois do Almoço! Pude Rever Antigos Textos Meus e Alheios! Garatujos de Uma Alma Hoje Desconhecida! Alfarrábios de Alguém que Já Não Mais É! Talvez Nem Nunca Tenha Sido! Hoje, Eu Pude Ver Fragmentos de Uma Fraqueza que Foi Forte! Relembrar O Que Não Foi Vivido! Entender O Que Se Passou! Hoje, Sem Chaplins ou Pessoas, Sem Cafés ou Cotovias Percebo que o Pathwork da Minha Life Não Passou de Uma Agonia Demorada e Sistêmica que Me Fez, Desfez e Refez Uma Alma Tecida no Fio da Literatura Solitária! Hoje, que o Tempo Esfriou, Posso Ver, Observar o Futuro Incerto que Ainda É Meu! Mas Infinitamente Melhor do que O Pretérito que Foi Teu! Hoje, Quebrei Uma Promessa de Não Dirigir Um Fonema ou Redigir Uma Letra Sequer, que Não Fosse Para Mim Mesmo! Mas Hoje, que Está Frio e Esfriando, Precisei Escrever para Não Esquecer O Calor que Eu Passei! Posso Dizer que Ainda Tenho Frio! Mas Não Tão Frio, Quanto o Frio que Veio do Calor de Tua Solidão! E Hoje, Só Hoje É que Eu Posso Saber do Frio que Mora em Mim! Graças ao Frio que Mora em Ti!